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MOCIDADE QUE PASSOU
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Noite fria de Inverno
As estrelas brilham no Céu
Numa humilde casinha
Tão só estava a avozinha
Num banquinho sentada
Aquecendo-se à lareira!
Olhar parado, no tronco que ardia
Enquanto os pensamentos
Lhe acudiam à memória
Recordando com saudade
Os tempos da juventude!
O tronco ia ardendo
Transformando-se em brasas
Que se iam extinguindo
Com olhar melancólico as observava
Até se desfazerem em cinza
Então se lembrou...
Que aquelas brasas vivas
Se iam apagando
Deixando de dar calor
As comparou tal qual a sua vida
Outrora cheia de calor
E que agora se ia apagando
Enfraquecendo e se tornaria em nada
Como a cinza daquelas brasas!
Deixou que duas lágrimas
Lhe rolassem pelo rosto
Aliviando assim o coração
Com um sorriso triste pensava
Não há nada melhor no mundo
Que ser jovem!
Sentir a vida cheia de fulgor
Sonhar ter ilusões
Agora a vida tinha ficado parada
Já não sonhava!
Como tinha sido amarga a sua vida
Nada mais esperava
Tinha desaparecido
toda a sua vitalidade
Daria tudo para de novo ser jovem
Para sonhar ter ilusões
Poder fazer da sua vida
Uma vida diferente daquela que teve!
Mas já era tarde, muito tarde
E o tempo não volta atrás
No silêncio da noite
Imersa assim em seus pensamentos
A noite avançava
E ali à lareira, sentada no seu
banquinho
Como quem sonha
Recordava a mocidade tão distante!
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Maria Alda C. Ferreira
Alda Ferreira
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