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278 - A RIQUEZA E A POBREZA
278 - A RIQUEZA E A POBREZA

 

 

 

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               A  RIQUEZA  E  A  POBREZA

 

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◊◊◊

 

 

 

Num lindo dia de sol

 

A riqueza andava a passear

 

Passou pela pobreza

 

E não lhe foi ligar.

                                                                

 ◊◊◊

 

A pobreza ficou triste

 

E um pouco indignada

 

Por ver que pela riqueza

 

Era assim tão desprezada.

 

◊◊◊

 

A pobreza deu voltas e mais voltas

 

Para passar pela riqueza

 

E lhe poder falar

 

Com toda a delicadeza.

 

 ◊◊◊

 

Quando de novo a encontrou

 

Bom dia lhe foi desejar

 

A riqueza para ela olhou

 

E não lhe quis falar.

 

 

 ◊◊◊

 

Diz-me lá ó riqueza

 

Só porque andas bem adornada

 

Eu que sou a pobreza

 

Sou muito mais educada.   

   

 ◊◊◊

 

A riqueza fingiu não ouvir

 

Virou as costas à pobreza

 

O seu caminho foi seguir

 

Toda importante na sua grandeza.

 

 ◊◊◊

 

A pobreza na sua tristeza

 

Para a riqueza ficou a olhar

 

Resolveu que à riqueza

 

Os bons dias não mais dar.

 

 ◊◊◊

 

A pobreza se afastou

 

Um pouco entristecida

 

A riqueza dela não gostou

 

Por ser tão empobrecida.

 

 ◊◊◊

 

Então a pobreza com a pobreza

 

    As mãos foram dar

 

Sentiram tanta alegria

 

Por sempre se irem falar.

 

 ◊◊◊

 

A pobreza ficou de lado

 

E não se juntou à riqueza

 

Mas a pobreza por ser pobre

 

Tem também muita nobreza.

 

 ◊◊◊

 

Deus não condena a riqueza

 

Mas apenas o seu abuso

 

Porque há boas maneiras

                     

Da riqueza fazer uso.

 

 ◊◊◊

 

Mas como é tão egoísta

 

E só quer saber dela

 

Então se vai esquecer

 

De quem precisa dela.

 

 ◊◊◊

 

(Os pobres pertencem a Deus!

 

É mais fácil um camelo passar

 

Pelo fundo de uma agulha

 

De que um rico entrar

 

No Reino dos Céus)

 

 

◊◊◊

 

 

              Maria  Alda  Cavaleiro  Ferreira

 

 

 

 

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