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BREVES PASSAGENS
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O nevoeiro era denso
Pairava no ar uma brancura
Que tocava as folhas das árvores
Quietas e silenciosas
Porque a calma era tal
Que o vento parado
Não as fazia bailar!
Não havia azul no Céu
Nos astros apenas a cor cinzenta
Rodeava à nossa volta tudo
O que o olhar podia distinguir
Ouvia-se um passarinho chilreando
Ao acordar talvez de frio
Nessa manhã cinzenta
Ao longe ainda se podia ver
A casa do monte
Um pouco tristonha por estar só
De janela fechada
Servindo apenas para arrumos!
Mesmo à sua frente
como quem lhe quer dar
Mais um pouco de alegria
Uma fogueira se acendeu!
Onde o homem que trabalha a terra
Queimava as folhas secas
Antes que as chuvas
Começassem a cair!
O fumo subia aos ares
Se ia juntar a esse denso nevoeiro
Tornando a manhã
Ainda mais cinzenta!
Havia algumas casas
Um pouco dispersas
Onde nem viva alma se via
Porque o seu ganha pão
As fazia afastar até à cidade!
Até aos meus ouvidos
chegava apenas o ruído
Surdo da oficina ali em frente
Do torno que alguém
fazia rodopiar!
O ruído estrondoso
De rodas dos carros
Que circulavam na estrada
Todo este quadro
mostrava aos meus olhos
A despedida do Verão
O Outono presente
E mais um Inverno
Que se aproximava!
Nos jardins já não havia flores
Apenas se via uma aqui
Outra acolá...
Deixando cair as suas folhas
Murchas numa despedida
Até à próxima Primavera !
Primavera tão desejada
Primavera da vida!
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Maria Alda C. Ferreira
Alda Ferreira
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