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98 - BREVES PASSAGENS
98 - BREVES PASSAGENS

 

 

 

 

 

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    BREVES PASSAGENS

 

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◊◊◊ 

 

 


O nevoeiro era denso

 


Pairava no ar uma brancura

 


Que tocava as folhas das árvores

 


Quietas e silenciosas

 

Porque a calma era tal

 

 


Que o vento parado

 

Não as fazia bailar!

 

 

Não havia azul no Céu

 


Nos astros apenas a cor cinzenta

 


Rodeava à nossa volta tudo

 


O que o olhar podia distinguir

 


Ouvia-se um passarinho chilreando

 


Ao acordar talvez de frio

 


Nessa manhã cinzenta

 


Ao longe ainda se podia ver

 


A casa do monte

 

Um pouco tristonha por estar só 

 


De janela fechada

 


Servindo apenas para arrumos!

 


Mesmo à sua frente

 

como quem lhe quer dar

 

 


Mais um pouco de alegria 

 

Uma fogueira se acendeu!

 


Onde o homem que trabalha a terra

 


Queimava as folhas secas

 


Antes que as chuvas

 

Começassem a cair!

 

 

O fumo subia aos ares

 


Se ia juntar a esse denso nevoeiro

 


Tornando a manhã

 

Ainda mais cinzenta!

 

 
Havia algumas casas

 

Um pouco dispersas

 

 

Onde nem viva alma se via

 


Porque o seu ganha pão

 

 

As fazia afastar até à cidade!

 


Até aos meus ouvidos

 

chegava apenas o ruído

 

 

Surdo da oficina ali em frente

 


Do torno que alguém

 

fazia rodopiar!

 


O ruído estrondoso

 

De rodas dos carros

 

 

Que circulavam na estrada

 

 

Todo este quadro

 

mostrava aos meus olhos

 

 

A despedida do Verão

 

O Outono presente

 

 

E mais um Inverno

 

Que se aproximava!

 

 
Nos jardins já não havia flores

 


Apenas se via uma aqui

 

Outra acolá...

 


Deixando cair as suas folhas

 

Murchas numa despedida

 


 Até à próxima Primavera ! 

 

Primavera tão desejada

 

Primavera da vida!

 

 

 

 

 ◊◊◊ 

 

 

 

 

 

 

 

 Maria  Alda  C. Ferreira

 

 

 

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