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8 - O GALO
8 - O GALO

                                                            

                         

 

                             O    GALO

 

 

 

♦♦♦

 

 

 

   Mal o sol aparecia no horizonte, já o

 

galo todo se esganiçava a cantar,

 

có,córó,có có com a sua 

 

voz muito fina, que só ele tinha.

 

  Era um galo muito lindo, de bico

 

amarelo, crista vermelha e uma cauda de

 

penas coloridas, verdes, azuis, amarelas,

 

era lindo a valer e ele sabia que era o

 

galo mais lindo da capoeira

 

e sentia uma certa vaidade.

 

As galinhas não o largavam um só

 

instante sempre atrás dele, mas ele não

 

lhe ligava mesmo nada,porque elas eram

 

muito gordas para o gosto dele.

 

  Quando vinham todos para o quintal,

 

gozar um pouco de liberdade e comer

 

ervinhas e pedrinhas pequeninas que os

 

galos e as galinhas gostavam, além do

 

milho que a dona lhes dava, as galinhas

 

não o deixavam em paz, sempre ao redor

 

dele, maneavam-se todas vaidosas  para

 

lhe agradar, mas ele não lhes ligava

 

nenhuma e logo se afastava,

 

dando bicadinhas na verdura que

 

encontrava pela frente.

 

   Até que um dia a dona das galinhas

 

pensou em ir á feira, comprar mais umas

 

galinhas para juntar àquelas que tinha na

 

capoeira, então o galo ao vê-las ficou

 

radiante, porque ali estava uma, que era

 

a galinha dos seus sonhos

 

e por ela ficou enamorado.

 

   Era uma galinha muito linda toda

 

branquinha, passaram a andar sempre os

 

dois muito juntinhos, as outras galinhas

 

ficaram cheias de ciúmes, mas ele queria

 

lá saber só tinha olhos para a sua

 

branquinha, que era um encanto,

 

então o galo de tão  contente e para lhe

 

agradar ainda mais cantava  todo

 

arrebitado, có,córó,có có fizeram tal

 

amizade que nunca mais se

 

separaram.

 

 

 

 

 

 

 

Maria Alda C. Ferreira

 

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