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O BURRITO DESCONTENTE
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Há muitos, muitos anos existiu um
homem que tinha um burrito e uma
carroça, quando se queria deslocar ás
aldeias vizinhas, ou ir ás feiras, esse
era o seu meio de transporte, atrelava
o burrito à carroça e lá ia ele a todo o
lado.
Mas isto não era nada do agrado
do burrito joão assim se chamava ele,
foi o nome que o dono lhe pôs, quando
regressava a casa vinha sempre tão
carregado que quase não tinha força
para puxar a carroça, assim que o
dono o libertava se esticava no chão,
nem lhe apetecia comer de tão
cansado, era bem tratado não passava
fome nem sêde, mas mal dizia a sua
vida, era mesmo uma vida de escravo,
sempre atrelado áquela tão indesejável
carroça e nem sequer tinha liberdade
para correr pular pelos prados.
Foi então que pensou; quando
apanhasse o dono distraido, se punha
em fuga.
Aconteceu que um certo dia de
muito calor, depois do almoço o seu
dono foi dormir uma enorme sesta, o
burrito espertalhão aproveitou e fugiu.
Lá foi ele em grande corrida a
galope trepando, descendo por todo o
sítio correu, correu tanto que ficou tão
distante, tão longe, que já não sabia
onde estava, parou um pouco para
descansar, se pôs a olhar para todo o
lado e viu que estava só, não se sentiu
nada bem, precisava mesmo era ter
um burrito igual a ele que lhe fizesse
companhia, para correrem e saltar
seria muito mais divertido, os dias se
iam passando e ele sempre só, mas
isso não o impediu de corrrer, pular,
saltar por todo o lado e ter a liberdade
que sempre desejou.
O pior veio depois,começou a
sentir sêde e fome e também à noite
não tinha onde se abrigar, a comida
lhe faltava começou a emagrecer, ficou
tão magrinho que não tinha forças
para pular e brincar, em corrida por
aqueles campos, então arrependido
pensou em regressar para o seu dono,
que lhe dava trabalho, mas nunca o
deixou passar fome.
Passou dias e dias a caminhar até
que chegou, tão fraquinho quase não
podia suster-se de pé!
O dono ao vê-lo tão abatido
sentiu uma enorme tristeza, mas o
aceitou com alegria pois lhe fazia
bastante falta, cuidou dele com muito
carinho e não lhe deu trabalho
enquanto não recuperou e ter
novamente forças.
O burrito joão gostava de ter um
pouco de liberdade, o dono lhe
prometeu que lhe daria muitos dias
para ele correr e pular.
Então jurou que nunca mais
fugia!
♦♦♦
Maria Alda C. Ferreira
Alda Ferreira
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