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CEIFEIROS
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Ceifeiros de seara madura
Que o sol amadureceu
Descalços em terra dura
Comendo o pão
Que a terra vos deu!
Entre a Terra e o azul do Céu
Lá andam, com calma e fadiga
De foice sempre na mão
Colhendo a dourada espiga!
Os filhos os levas contigo
Brincando no pó do chão
No cesto o farnel arranjado
Para a hora da refeição
A cabaça feita de barro
Contendo água bem fresquinha
Não faltando para a merenda
A broa e a sardinha
E o vinho que levavam
Na cabaça de casquinha!
Na cabeça chapéu de palha
Queimados pelo sol ardente
Trabalhando todo o dia
Satisfeitos sempre contentes
Ao lenço iam limpando
O suor do seu rosto
Regressando já tarde a casa
Só depois do sol posto
Quando batia as trindades
Tiravam o chapéu com todo o respeito
Faziam sinal da cruz
Em cima do seu peito!
À ceia todos reunidos
Havia alegria no lar
Apesar do cansaço
De tanto trabalhar
Preparavam-se para dormir
Recuperando assim nova energia
Pois sabiam que ao amanhecer
Os esperava um novo dia
Mas lhes dava satisfação
Pois sabiam que era ali
Que ganhavam o seu pão!
Vida dura, de quem no campo trabalhou
E toda a vida se esforçou
Só para ter
O pão de cada dia!
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Maria Alda C. Ferreira
Alda Ferreira
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