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110-O RIBEIRO DA MINHA TERRA
110-O RIBEIRO DA MINHA TERRA

 

 

 

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O RIBEIRO DA MINHA TERRA

 

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♦♦♦ 

 

 

Na curva de Gabrielos

 

Há um ribeiro velhinho

 

Se queres que ele não morra

 

Cuida dele com carinho

 

As lavadeiras do ribeiro

 

Que lindas que elas são

 

Contam penas contam mágoas

 

Que lhe vão no coração!

 

Que lindo ficavas ó ribeiro

 

Quando te iam lavar

 

Tua água tão branquinha

 

Tuas pedras a brilhar

 

Tua nascente é ali

 

Dali corre para o rio

 

Do rio para o mar

 

O que ouves ó ribeiro

 

A ninguém podes contar

 

Continuem ó lavadeiras

 

No ribeiro a lavar

 

Porque roupa suja

 

Nunca vos vai acabar!

 

Nas minhas pedras esfregaste

 

O sujo que a roupa tinha

 

Roupa na minha água lavaste

 

Que a deixava tão branquinha

 

Já não sou o ribeiro que era!

 

Pelo meio me foram cortar

 

E lá puseram tanques

 

Em mim não vais lavar

 

Agora estou para aqui

 

Um pouco desprezado

 

Se esqueceram de mim

 

Deixaram-me abandonado

 

Se as pedras pudessem chorar

 

As saudades que sinto agora

 

Por esse ribeiro tão lindo

 

Que foi nos tempos doutrora!

 

 

 

♦♦♦ 

 

 

 

 

 

Maria Alda C. Ferreira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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